sábado, 16 de maio de 2009

“o nosso reino” de Walter Hugo Mãe


Acabei de ler este livro, o que fiz com muita curiosidade, dado que já li os seus outros romances de que muito gostei.

Este é o seu primeiro romance. Provavelmente aquele porque eu deveria ter começado. Todavia, devo dizer, que apesar de ser o primeiro, já o escritor nos arrebata quer com o enredo quer com o tipo de escrita.

Esta, como habitualmente, é bastante crua, cruel até, mas que apesar disso, ou por isso, resulta numa grande beleza plástica. A sua dureza advém também do facto do enredo se passar numa aldeia pobre e atrasada em que as pessoas, para se protegerem da austeridade das suas vidas se refugiam em crenças que deambulam entre o sacro e o profano; o real e o fantástico. Aqui, tal como nos outros livros que li, já é notória a sua tendência para abordar os temas da ruralidade. Quer pelos lugares que tão bem descreve, quer pelos sentires das suas personagens.

Este livro começa como uma aventura de uma criança de oito anos, o narrador, que, com a sua candura se vê obcecado pela diferença entre o bem e o mal num mundo onde impera a malignidade o que o impele a “viajar” constantemente entre o céu e o inferno.

À medida que vamos progredindo na leitura (que se vai tornando quase compulsiva), as personagens vão oscilando aleatoriamente entre a loucura e a bondade, movendo-se através da realidade e da mais pura fantasia.

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