Enquanto vou lendo um livro que exige de mim um grande nível de atenção, um recurso quase permanente à memória e até alguma pesquisa adicional para que melhor me possa situar e compreender o que leio, fui intercalando com um outro, de leitura mais ligeira. É que, tenho que confessar, a minha capacidade de manter a atenção muito tempo focada num assunto já não é o que era ou, mais provavelmente, nunca foi lá grande coisa.
Assim, lá fui lendo os “Contos Vagabundos” de Mário de Carvalho. Trata-se de uma compilação de pequenos contos, como o próprio título nos sugere, dezassete, ao todo, já publicados anteriormente em revistas e/ou outras antologias.
Muito interessante, de leitura facilitada pela qualidade da prosa bem como por se tratar de um livro composto por pequenos contos e que sintetizam, em minha opinião, os vários registos de escrita de Mário de Carvalho.
São efectivamente vagabundos pois oscilam entre a crítica demolidora, o hilariante, o irónico, o burlesco, o insólito, o fantástico, a fábula e, até, o absurdo. Todas as situações que refiro se encontram inscritas num quotidiano ou dele são eduzidas de uma forma que, por vezes o desconcertam.
Gostei, além de que teve a enorme vantagem de me ir dispersando a pensamento…
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