Voltei aos clássicos!
Confesso que só há muito pouco tempo, numa pequena feira do livro me deparei com este título de Camilo que nem sabia que existia.
Claro que o comprei de imediato e, dado que tinha acabado o de Mário Cláudio “Camilo Broca”, entendi não ter melhor oportunidade de leitura do que esta em que tinha acabado de ler uma biografia ficcionada do autor.
Pois bem. “Amor de Salvação” trata-se de uma novela passional como outras que Camilo escreveu dado que o autor se inseria no movimento ultra-romântico que levava os ideais apaixonados e idealizados ao exagero. Embora tenha escrito muitos outros géneros, penso que foi o primeiro autor português a viver da escrita. A escrever por encomenda. E foi, sem dúvida, a novela passional que lhe deu projecção.
Embora a sua obra mais conhecida seja o “Amor de Perdição”, considero (e a crítica também) esta, uma obra mais bem acabada. Aliás ambas são muito semelhantes ou pelo menos paralelas numa boa parte do enredo.
Em ambas, são as personagens femininas que determinam a acção. Também em ambas, os protagonistas se movimentam tendo como motivação o amor e o dinheiro.
A história, propriamente dita, consta do relato das lembranças que são contadas por um amigo ao narrador, numa noite de Natal, após um afastamento de doze anos. Doze anos em que esse amigo provou os amargores da ausência da amada, da morte da mãe, da falência, da traição…
Enfim, na minha modesta opinião é quase todo o livro um outro amor de perdição sendo que a “salvação” se limita às últimas nove páginas.
Em termos literários, bem! Nada a dizer. Tem a chancela de Camilo.
Sem comentários:
Enviar um comentário