Pois é, não resisti. Uma vez terminado um livro que me deu muito prazer mas também muito trabalho em termos de pesquisa para que pudesse ser convenientemente compreendido, eis que lá regressei eu a Sándor Márai e ao seu livro que ainda tinha para ler “A herança de Eszter”.
E, mais uma vez me senti intensamente agarrada e enredada na complexidade de sentimentos que o autor tão facilmente controla. Leva-nos a entrar na alma das personagens, põe-nos a pensar como e com elas e, em tantos momentos, quase nos faz tentar mudar o rumo da história…
Mais uma vez gostei muito. Um pouco diferente, em termos estruturais, dos dois que havia lido anteriormente “A mulher certa” e “As velas ardem até ao fim” uma vez que aqui, as personagens interagem um pouco mais. Mantêm todavia, a sua riqueza (personagens muito trabalhadas), e o seu pendor intimista. É espantosa a forma como vai bem ao fundo das suas almas e as escalpeliza pondo a nu os sentimentos e as emoções mais recônditas, as desembrulha sem que, por isso a história cesse de prosseguir, fatalista; sem que todo este aprofundar de sentimentos e a tomada plena da sua consciência consiga inverter o rumo de um destino traçado há vinte anos atrás.
É, quanto a mim, absolutamente imperdível.
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