Foi por mero acaso que me chegou às mãos o livro “A casa da paixão”. Ao ler as referências feitas à autora e sabendo-a pioneira, como mulher e escritora de língua portuguesa, na atribuição de alguns prémios bem como no exercício de cargos de grande destaque (primeira mulher a presidir a Academia brasileira de letras), foi com curiosidade e expectativa que dei início à sua leitura.
De início não me foi totalmente agradável, o que acontece sempre que leio livros em português do Brasil; levo sempre algum tempo a habituar-me àquelas pequenas nuances na língua que não parecem “encaixar” bem.
Ultrapassado esse aspecto comecei a apreciar devidamente o que lia.
Livro muito denso, pejado de mudanças abruptas quer ao nível da construção frásica quer ao nível da própria narrativa, extremamente metafórico, em que a linguagem assume um papel preponderante. As palavras ultrpassam a sua relação entre significado e significante, indo muito além disso, reinventando sentidos, ultrapassando as limitações que lhe são historicamente inerentes.
A linguagem utilizada é eminentemente poética, de cariz erótico e muito trabalhada ao nível psicológico.
De agradável leitura embora não fácil. Exige do leitor tanto quanto lhe consegue proporcionar.
Sem comentários:
Enviar um comentário