Como gosto de experimentar autores novos, lá chegou a sua vez.
É um livro pequeno com as suas 128 páginas mas deveras intenso. Direi mesmo algo inquietante, estranho. E, todavia, tão real.
Aborda essencialmente a análise do Medo e a forma como este afecta o ser humano. Portanto intenso e tremendamente emotivo.
Tudo se passa em torno de uma personagem, Kurt Kruwel. É alemão, alfaiate, vive com o pai, mãe e irmã, tem uma namorada (judia), toca na Igreja local e, de um instante para o outro, porque deflagra a II Guerra Mundial, se vê impulsionado para algo que lhe é completamente estranho.
Passa de uma vida calma, programada, estável, sem ambições, em que tudo corria automaticamente, para algo para o qual não estava minimamente preparado. A guerra com todos os seus horrores inacreditáveis.
Confrontado com uma primeira situação que não consegue suportar, soçobra completamente e perde a sensibilidade física e emocional.
Interessante a forma como nos é apresentada esta guerra. É-nos dada uma perspectiva muito incomum do agressor, do alemão que, neste caso é também a vítima.
Tem um pequeno apontamento de romance, assaz estranho, e prossegue para um final, no meu ponto de vista, um pouco fantasioso demais. Sai dos parâmetros do real para o incontestável fantástico.
Mas será que saiu? Será a realidade do enredo ou o sonho da personagem?
Fica a questão para ser respondida por quem o ler a seguir.
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