segunda-feira, 22 de junho de 2009

“A solidão dos números primos” de Paolo Giordano


Qualquer razão é boa para que eu compre um livro. Desta vez foi a idade do autor, 28 anos, e o facto de ter ganho o prémio Strega 2008 e uma menção honrosa, também na edição de 2008, do prémio Campiello duas das mais importantes distinções literárias em Itália, segundo creio.

Por outro lado achei interessante o título que, aliado à sinopse, parecia fazer todo o sentido apesar de eu ser muito mais das letra do que das matemáticas. Ao contrário do autor, já agora, que sendo licenciado em Física pela Universidade de Turim e estando a fazer um doutoramento em Física de Partículas, tão bem se entende com essas, também partículas, que são as palavras.

Gostei muito do livro.

Escrito com simplicidade (não de forma simplista) é de uma profundidade na análise da pessoa humana sobretudo naquilo que diz respeito ao aspecto relacional absolutamente sublime.

O enredo centra-se essencialmente em duas personagens: Mattia e Alice. Cada um, de forma diferente, sofreu um percalço na sua vida que o tornou (não o seriam já?) diferente das outras pessoas; distante delas… Tal como os números primos que são os mais isolados de todos sendo divisíveis apenas por si próprios e por um. Contudo, estranhamente (ou não), vão surgindo ao longo da numeração, sempre em grupos de dois com alguma proximidade e cito “por pouco se tocam, são primos gémeos… mas igualmente sós”.

Há lá maneira mais exacta e contudo mais poética, mais bonita, de descrever a solidão daqueles que são diferentes e, como tal, quase se tocam, quase se amam, quase se entendem, quase… mas permanecem eternamente sós.

Definitivamente a ler. Espero o próximo.

Sem comentários:

Enviar um comentário